Reflexão

O Mito da Democracia Racial

Também chamado de “Ouro Branco”, foi uma das maiores “commodities” do período colonial.

Trazida da Ásia e plantada pela primeira vez pelos portugueses na Ilha da Madeira, onde foi feito o teste daquilo que viria a ser a plantação no Brasil. 

A introdução da monocultura de cana de açúcar no território a que hoje chamamos Brasil, foi o principal motivo da captura e escravização de pessoas africanas, para servirem de mão-de-obra forçada na produção de açúcar.

Portugal passou a ser dos maiores fornecedores de açúcar para toda a Europa, enriquecendo assim os escravocratas que lucravam à custa da vida de pessoas escravizadas e do seu trabalho forçado. 

A plantação de açúcar e a Casa Grande & Senzala, funcionam como um micro-cosmos, um território físico e metafísico que coloca em evidência a grande máquina imperialista e colonial.

 

É também a partir do açúcar e do universo imaginário que Gilberto Freyre e muitos outros criaram, que se alimentou o mito da democracia racial e do luso-tropicalismo no Brasil, “adocicando” a realidade da miscigenação forçada, da escravatura e do tráfico transatlântico, dos abusos e violações às mulheres negras e se apagou a história de resistência dos povos originários (indígenas) e quilombolas.

A violência desta monocultura afetou não só as pessoas escravizadas, como os indígenas que moravam nestes territórios e a própria terra que passou também a ser explorada enquanto propriedade. 

 

Hoje, o colonialismo continua através de outras formas…

O capitalismo selvagem incentiva a ideia de propriedade e privatização da terra, justifica as invasões e expropriações, destrói tudo aquilo sobre o qual não é possível lucrar, numa mesma lógica colonizadora e escravocrata, onde apenas uns lucram com o trabalho e a terra de outros.